Preso, miliciano delatado no caso Marielle divulga carta: ‘Não tenho qualquer envolvimento nesse crime bárbaro

Orlando Oliveira de Araújo está preso por crime semelhante, como mostrou o G1 na quarta-feira (9). Ele é apontado como chefe de milícia na Zona Oeste e seria mandante de morte com perseguição em 2015.

Orlando Oliveira de Araújo, apontado como miliciano da Zona Oeste do Rio pela polícia e conhecido como “Orlando Curicica”, divulgou uma carta datada de quarta-feira (9) em que nega a participação no crime contra a vereadora Marielle Franco e também que faça parte do poder paralelo. O documento, divulgado inicialmente pelo “O Dia”, foi obtido pelo G1 nesta quinta (10).

Na quarta, o G1 mostrou que Orlando está preso por um crime semelhante ao da vereadora praticado em 2015 — com direito a perseguição e tiros na cabeça da vítima. Ele foi ligado ao crime da parlamentar por um delator que também teria trabalhado para a milícia.

“Eu, Orlando Oliveira de Araújo, venho por meio desta esclarecer sobre os fatos que estão sendo veiculados na imprensa sobre o assassinato da vereadora Marielle e de seu motorista Anderson, que não tenho qualquer envolvimento nesse crime bárbaro”, diz o texto.

Orlando está preso como mandante de crime com mesmas características em 2015

De carro, três homens armados iniciam uma perseguição. Eles emparelham ao lado de outro veículo e disparam mais de dez tiros. A narrativa do crime, que se assemelha ao ocorrido contra a vereadora Marielle Franco em março, ocorreu em 2015 na Zona Oeste do Rio.

De carro, três homens armados iniciam uma perseguição. Eles emparelham ao lado de outro veículo e disparam mais de dez tiros. A narrativa do crime, que se assemelha ao ocorrido contra a vereadora Marielle Franco em março, ocorreu em 2015 na Zona Oeste do Rio.

Um “segurança” de Orlando e outros dois rapazes teriam participado da perseguição e do crime contra Wagner Raphael de Souza, então presidente da escola de samba União do Parque Curicica. Essas duas pessoas, segundo “O Globo”, também estariam no carro que perseguiu Marielle.

“Consta (…) que o denunciado Orlando Oliveira de Araújo foi o mandado do crime [em 2015]. (…) As vítimas estavam no interior do veículo (…) quando os denunciados Renato Nascimento dos Santos e William da Silva Sant’Anna chegaram em um veículo Kia/Cerato, branco, conduzido por um comparsa ainda não identificado”, diz o inquérito citado pela Justiça.

“Os disparos foram efetuados a pouca distância e contra suas cabeças”, conclui o inqúerito.

A principal diferença na dinâmica dos crimes está no momento dos tiros. Contra Marielle, os autores estavam dentro do carro e colocaram a submetralhadora para fora da janela. Em 2015, numa região de terra batida e menos exposta às câmeras, os assassinos puderam desembarcar. Entre 10 e 12 tiros acertaram o carro.

Nunca tinha ouvido falar dela’, diz a carta

A carta afirma ainda que Orlando está à disposição das autoridades. Ele ataca o delator, identificando-o, e diz que não “tem qualquer autoridade” por ser —, o delator, — miliciano.

“Informo também que nunca estive com o vereador (Marcello) Siciliano em nenhuma oportunidade”, diz ele, em alusão ao parlamentar que também encomendou a morte de Marielle, na versão do delator.

“Por fim, com todo respeito à vereadora Marielle eu nunca tinha ouvido falar dela”.

G1

 

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