A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua, realizada anualmente pelo IBGE, mostra o quanto o Piauí ainda precisa evoluir para atingir bons níveis de saúde pública. As informações relacionadas a esgotamento sanitário, coleta de lixo e oferta de água são indicadores importantes que afetam diretamente a qualidade de vida e a saúde dos habitantes. Estudos revelam que para cada R$ 1 investido nessa área são economizados outros R$ 4 com o tratamento de doenças provocadas pela falta de água tratada e de esgoto coletado adequadamente.
Os dados de 2018 revelam que o Piauí é o estado com menor percentual de domicílios com acesso à rede de esgotamento sanitário, com apenas 7% de residências que contam com esse tipo de serviço. Em vez de melhorar, houve uma regressão nesse aspecto, já que, em 2107, o percentual de domicílios com acesso a esgotamento era de 8,9%. O vizinho estado do Ceará registra 43,4%. Já o estado de São Paulo apresentou um índice de 92,6% nesse item da pesquisa.
Como as obras de saneamento são muito caras, e não costumam despertar o interesse dos gestores – seja pelo custo ou pela pouca visibilidade, a solução tem sido a privatização desses serviços. Foi o que aconteceu em Teresina que, em apenas um ano de privatização, aumentou a cobertura em mais de 60%, passando do índice de 19% de domicílios atendidos pelo esgotamento sanitário para 31%. Ainda está longe do ideal, mas já começou a avançar, tirando a capital do Piauí da inércia em que se encontrava nesse setor há várias décadas.
Já com relação à coleta de lixo diária, o Piauí apresenta um índice de 67,9%. O estado com melhor desempenho é novamente São Paulo, com 93,8. O melhor resultado está na disponibilidade diária de água aos domicílios piauienses, que passou de 91,3% em 2017 para 93,7% no ano passado. Sem um atendimento completo nesse tripé que compreende água tratada, esgoto e coleta de lixo, continuaremos sofrendo e gastando dinheiro com doenças perfeitamente evitáveis.
