“Enquanto eu tiver faculdades mentais e físicas, eu sou obrigado a governar a cidade de São Paulo”, diz Bruno Covas

Prefeito manterá o cargo junto com o tratamento de um câncer na região do estômago e do esôfago
Prefeito de SP disse que se inspira no exemplo do avô ao tratar seu caso de “forma pública” Foto: Reprodução
SÃO PAULO. Dois dias após receber alta do hospital e se submeter a sétima sessão de quimioterapia, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou na noite desta segunda-feira que manterá o cargo junto com o tratamento e que a doença não deve atrapalhar suas pretensões políticas. Ele enfrenta um câncer na região do estômago e do esôfago que descobriu no ano passado.

— Enquanto eu tiver faculdades mentais e físicas, eu sou obrigado a governar a cidade de São Paulo – afirmou Covas, em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Emocionado, o prefeito disse que se inspira no exemplo do avô, o ex-governador Mário Covas, ao tratar seu caso de “forma pública”. O ex-governador morreu de câncer na bexiga em 2001, após três anos de luta contra o câncer.

— Quando as pessoas pensam em doença de político acham que parte pode estar escondida. Porque elas têm a imagem de que politico é super homem. Vou enfrentar o caso de forma pública – disse o prefeito.

Ao falar sobre política e sua candidatura à reeleição, Covas disse que ainda é cedo para pensar num candidato a vice e afastou eventual possibilidade de aliança com a deputada federal Joice Hasselman (PSB-SP), cotada como pré-candidata ao governo municipal.

O prefeito disse que espera fazer campanha com o apoio de tucanos como o governador João Doria e o ex-governador Geraldo Alckmin. Ao tratar sobre o seu partido, ele disse que se sente incomodado com a presença do deputado federal Aécio Neves no PSDB, que é acusado de corrupção e obstrução de Justiça.

— Só faltava eu sair para ele ficar. Vou brigar até o final para ele sair. É muito difícil para mim estar no mesmo partido que ele. Estou no PSDB desde os 16 anos, eu vou continuar a lutar – disse Covas.

Indagado se demonstrava o mesmo incômodo sobre denúncias de corrupção contra tucanos como José Serra e Aloysio Nunes, Covas disse que todos precisam ser investigados.

— Que se investigue Serra, que me investigue. Denúncia tem contra todo mundo. Só que não têm áudios dessas pessoas pedindo dinheiro, isso não tem explicação – afirmou Covas, ao lembrar de gravações em marco de 2017, quando Aécio aparece pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista.

Instado a comentar sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro, Covas disse que não vê risco à democracia, que considera as instituições sólidas, mas deixou claro que não votaria em alguém que diz que “não houve ditadura”. Ele lembrou que seu avô foi perseguido e teve seu mandato cassado no regime militar.

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