Em nove meses, 203 ocorrências policiais foram registradas em escolas de Teresina

O massacre em uma escola na cidade de Suzano, em São Paulo, que deixou dez mortos e mais alguns feridos, trouxe à tona o problema da violência em sala de aula. De acordo com a Companhia Independente de Policiamento Escolar (Cipe), nos últimos nove meses, foram registradas 203 ocorrências em Teresina, entre brigas, ameaças e alunos que foram à escola armados.

Em agosto do ano passado, na cidade de Timon-MA, vizinha a capital piauiense, um aluno ficou em estado grave após ser agredido por outro estudante dentro da escola. Em Teresina-PI, em dezembro de 2017, a diretora de uma escola sofreu socos e puxões de cabelo após cobrar o fardamento de uma aluna. Em 2015, um caso mais grave na cidade de União, no interior do Piauí. Um adolescente matou o colega de classe na aula durante briga por preservativo.

Para diminuir o número de ocorrências no ambiente escolar, o Ministério Público do Piauí desenvolveu o projeto “Queremos Paz”.

“Em meio a inúmeras solicitações na área de Educação, a maior questão era a dos conflitos dentro da escola. Aí entram bullying, drogadição, o conflito família-escola, aluno-aluno, aluno-professor e vimos que precisávamos trabalhar a prevenção”, explica a Flávia Gomes, promotora de justiça.

SUZANO, SP, 13.03.2019 – ATIRADOR-ESCOLA-SP – Movimentação de familiares e curiosos em frente à Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 13, onde 10 pessoas, sendo pelo menos seis alunos, morreram em um ataque a tiros na escola. (Foto: Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress)

Massacre na escola em São comoveu todo o país (Foto: Marcelo Gonçalves/Folhapress)

A representante do MP alertou ainda para a necessidade de participação de toda a sociedade na construção da paz no ambiente escolar.

“A paz é da responsabilidade de cada um de nós e é uma construção diária nos mínimos detalhes, na forma que eu falo, que eu coloco o livro na mesa, na forma que eu me dirijo ao aluno. Se eu planto violência, com certeza, vou colher violência. Mas se eu planto paz, colho paz”, finaliza Flávia Gomes.

 

Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com

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