Congresso já busca ‘parlamentarismo branco’ controlando agenda

Congresso Nacional: esforço para assumir o comando da agenda política que inclui as reformas da Previdência e Tributária

Não é coisa da imprensa, tampouco balão de ensaio (aquelas declarações que um político faz para sentir o pulso do Congresso ou da opinião pública). A possibilidade de um “parlamentarismo branco” está sendo levada muito a sério por segmentos do Congresso Nacional, Rodrigo Maia (DEM-RJ) à frente. Na prática, o Parlamento assumiria o protagonismo com o controle direto da agenda política, incluindo as reformas consideradas urgentes.

Há o entendimento em boa parte do Congresso, em especial dentro do chamado Centrão, de que algumas reformas são fundamentais. Três em especial: Previdência, Tributária e Política. A ideia é levá-las a cabo independente do governo: as reformas seriam as dos congressistas, não as do Planalto, ainda que elas tenham muitos pontos em comum.

O primeiro sinal foi emitido pela própria CCJ da Câmara, que deu o primeiro passo na tramitação de uma reforma tributária que tem mais a cara de Rodrigo Maia que de Jair Bolsonaro.

O presidente da Câmara teria como parceiro fundamental nessa estratégia de tomar de conta da agenda o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). E tem estimuladores dentro do governo. O nome associado a essa agenda paralela seria o principal dono da agenda oficial, o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele é o principal interlocutor de Rodrigo e aquele que tem assumido o bônus e o ônus do debate sobre as reformas.

Há um problema nesse parlamentarismo branco: como agradar o “baixo clero” que domina os partidos do Centrão. Esse grupo até topa votar pelas reformas – seja a de Bolsonaro ou a de Rodrigo. Mas espera o retorno que o parlamentarismo branco (sem máquina na mão) não pode oferecer.

Centrão quer muito mais

Os votos do Centrão certamente são decisivos para aprovar ou derrotar qualquer proposta que tramite no Congresso. E isso vale para as reformas em discussão no Parlamento. Mas, em regra, esses votos são dados em troca de espaços de poder. Foi assim com FHC, Lula, Dilma e com Temer.

No final do governo Dilma, a presidente quase entregou mais que os anéis: entregou ministérios inteiros no estilo “porteira fechada”, na tentativa de se salvar. Já no caso de Temer, talvez tenha indo um pouco mais longe. Talvez tenha dado alguns dedos para salvar as mãos e permanecer no cargo. Tanto que o próprio presidente dizia que seu governo era um “presidencialismo com base parlamentar”.

cidadeverde.com/Fenelon Rocha

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