Coluna Fabriciano Corado – O populismo e a multiplicação da pobreza

O Brasil atravessa um momento diferente de todos os quais ele já passou. Deve-se neste momento, buscar no meio destes acontecimentos, aprendizado e experiência, bem como procurar absorver o lado bom de tudo que ocorre. Assim sendo, necessitaremos de prudência e discernimento para definirmos o caminho que o país pretende trilhar nos próximos anos.

Sem levar em consideração nomes, partidos ou paixões que nos fazem muitas vezes não observar com clareza o que se passa ao nosso redor, é que exponho esse pensamento, que nasceu de observações e leituras e que, espero, possa contribuir ou ao menos suscitar dúvidas a quem o ler.

Analisando historicamente o contexto político de alguns países, observamos que grandes líderes populistas, em sua maioria, na expectativa de manutenção do poder, costumam tomar uma parte da população (ou classes) e tentam torná-la um inimigo interno, na expectativa de mostrá-la como sendo “anti-povo”. Colocando, desta maneira, de um lado o povo e do outro, o “anti-povo”. Buscando assim criar uma divisão. O “anti-povo” criado, seria as oligarquias, os empresários, os patrões… do outro lado, a grande massa, o povo. Sendo estes, o somatório de todas as virtudes da sociedade: desinteressados, honrados, sempre seguindo o melhor líder…

Com essa dicotomia, o populista consegue suscitar o ódio na sociedade, e uma vez assim, consegue que uma parcela do povo se apaixone por ele, perdoe todos os seus deslizes, falhas e atos de corrupção, bem como levanta dúvidas quanto à justiça. Pois supostamente tudo que o populista faz é em nome do povo e quando qualquer coisa vai mal, sempre será culpa do “anti-povo”. Tudo isso se reforça com atos e doutrinamento massivo em seus encontros, seminários e congressos, principalmente no sistema educacional (quando ele têm acesso a isso).

Outro fator a se observar, é que todo líder populista, busca controlar os três poderes: executivo, legislativo e judiciário, na expectativa de tomar o controle de forma expressiva.

O programa populista se completa com a ideia de satisfazer certas necessidades sociais e publicitá-las, de tal forma que o populista passe a imagem de um líder que cura as “injustiças” da sociedade. Incrementando gastos públicos, multiplicando o emprego estatal, promovendo aparelhamento dos órgãos do estado. Assim sendo, para poder financiar todos esses “benefícios” (que, diga-se de passagem, não são grátis, uma parcela grande da população paga por isso…), ocorre naturalmente o aumento da dívida pública. As prestações de serviços aos cidadãos sempre serão duvidosas.

Controle de preços e de tarifas, exportação e importação, controle da imprensa, são medidas que os líderes populistas sempre buscam (uns conseguem… outros não…). Até que chega a um ponto que a economia pede socorro. É claro que a culpa nunca é do líder populista… sempre será dos inimigos externos e internos que previamente foram inventados (articuladores de planos e perseguidores do líder).

Comentários no Facebook

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here