Análise: nocaute na bola parada consagra um Flamengo que prova a Renato ser o melhor do Brasil

Por Cahê Mota — Rio de Janeiro

Melhores momentos de Flamengo 5 x 0 Grêmio pela semifinal da Taça Libertadores

O nocaute veio na bola parada, mas seria muito injusto resumir a isso a classificação do Flamengo para a grande final da Libertadores. Na verdade, o que se viu em todo confronto com o Grêmio foi um atropelamento. No somatório das duas partidas, Paulo Victor teve que buscar dez bolas no fundo das redes (quatro dos gols foram anulados) em performance que não deixa dúvidas para o questionamento mais repetido dos últimos meses: Jorge Jesus desbancou Renato, e é do Rubro-Negro o melhor futebol do Brasil.

Rodrigo Caio comemora o quinto gol do Flamengo contra o Grêmio — Foto: André Durão / GloboEsporte.com

Falando especificamente do que aconteceu no Maracanã, o 5 a 0 foi construído com a maturidade e a letalidade de um Flamengo que a cada jogo que passa dá mostras de que repertório não falta para encarar as dificuldades impostas pelo adversário. E temos que ser justos: o Grêmio soube ser um rival à altura no primeiro tempo.

Flamengo x Grêmio

  • Posse de bola: 58% x 42%
  • Finalizações: 17 x 7
  • Chances reais: 11 x 2
  • Passes trocados: 384 x 154
  • Faltas cometidas: 10 x 19
  • Roubadas e desarmes: 39 x 25

Com marcação alta e espelhada na saída de bola do Flamengo com três jogadores (os zagueiros e Willian Arão), além de Matheus Henrique acompanhando de perto Gérson, os gaúchos congestionavam o meio e por muitas vezes obrigavam os donos da casa a apelarem para o chutão. Sem a bola trabalhada, o jogo ficou truncado no meio de campo e os gremistas invariavelmente exploravam a velocidade de Everton Cebolinha contra um recém-recuperado Rafinha.

Desta maneira, o Grêmio levou perigo em finalização do atacante que por pouco não resultou em rebote para Maicon dentro da área. Filipe Luís impediu o pior, enquanto o Flamengo tentava se arrumar para encontrar espaços no setor ofensivo. Everton Ribeiro e Arrascaeta inverteram de posição, mas foi o talento de Bruno Henrique que, para variar nesta Libertadores, fez a diferença.

Quarteto ofensivo do Flamengo em ação novamente — Foto: André Durão / GloboEsporte.com

O camisa 27, que deixou sua marca nos dois jogos de quartas e semifinal, usou a conhecida arrancada para romper a barreira gremista pelo meio e servir Gabriel. PV rebateu o chute cruzado, e Bruno Henrique só escorou para abrir o placar. Golpe no queixo de um Grêmio que, na base da imposição física, conseguia manter o equilíbrio, mas desceu para o intervalo tonteado.

O Flamengo percebeu o baque e não deu brechas para o adversário se recuperar. Impositivo e intenso, como costuma ser, o time de Jorge Jesus voltou para o segundo tempo avassalador e, com um minuto, aplicou o segundo “knockdown”. O gol de Gabriel após cobrança de escanteio levou o Grêmio à lona, e, antes da contagem do relógio chegar a dez, o próprio camisa 9 consumou o nocaute em cobrança de pênalti.

Do gol de Bruno Henrique, no fim da primeira etapa, até o 3 a 0, aos dez do segundo tempo, o Grêmio não teve tempo de respirar. Mérito de um Flamengo que desde o primeiro minuto ainda do jogo em Porto Alegre parecia não ter dúvidas de que estaria em Santiago no dia 23 de novembro.

Em jogadas de bola parada, Pablo Marí e Rodrigo Caio marcaram de cabeça para darem, em forma de goleada, um recado aos badalados Kannemann e Geromel de que a dinastia de melhor dupla do país já não é uma unanimidade.

Placar expressivo e e justo para um Flamengo senhor do jogo, senhor do confronto, senhor do Brasil. E que tem motivos de sobra para acreditar se tornar também senhor da América.

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