Análise: Gerson inspirado e Bruno Henrique letal religam “Flamengo avassalador” no rumo da taça

Por Fred Huber e Marcelo Baltar — Rio de Janeiro

Passada a ressaca da goleada histórica sobre o Grêmio na Libertadores, o Flamengo voltou a encantar. Após jogos razoáveis contra CSA e Goiás, o time de Jorge Jesus, comandado pelo inspirado Gerson e pelo calibrado Bruno Henrique, retomou o modo avassalador, atropelou o Corinthians por 4 a 1 e se posicionou, mais uma vez, como o principal candidato ao título brasileiro.

– Voltamos a jogar como Flamengo – resumiu Jorge Jesus.

A oito rodadas do fim, a contagem regressiva está aberta. O Palmeiras tem se mostrado um adversário resistente, conseguiu na última semana reduzir a diferença para oito pontos, mas é difícil imaginar que o Flamengo perca um terço dos 24 pontos ainda disputa, e a equipe paulista vença todas. A não ser que o time de Jesus vire o fio. No momento, não dá indícios de que isso ocorrerá.

Fla domina, mas não consegue finalizar

É indiscutível que esse Flamengo gosta de jogos grandes. Algumas das principais atuações sob o comando de Jesus foram contra rivais fortes, como Palmeiras, Grêmio, Inter e agora o Corinthians. Mas apesar do placar elástico e da facilidade que o Flamengo teve a partir de determinado momento do jogo, o primeiro tempo não foi fácil.

O time dominava, tinha mais posse, tocava bem a bola, mas não conseguia finalizar. Sem Gabigol, suspenso, e com a área do Corinthians completamente congestionada, foram raras conclusão. Nenhuma com perigo. A equipe paulista até esteve mais perto de marcar com Gustavo, mas Diego Alves evitou.

Torcedor do Flamengo confiante no Maracanã: “Rumo ao Hepta” — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Se não vai de um jeito, vai de outro. De tanto o Flamengo insistir, trocar passes e buscar triangulações próximo à área, Arrascaeta foi derrubado por Cássio na área. Bruno Henrique converteu no rebote do goleiro. O lance mudou o rumo do jogo e abriu a porteira. Logo depois, o atacante foi presenteado em um lance genial de Gerson e ampliou.

– Em alguns momentos do primeiro tempo, não estivemos tão bem, o que é natural, não jogamos sozinhos. O intervalo foi importante para ajustar as coisas – analisou Jesus.

Bruno e Gerson comandam o show

Gerson esteve em tarde inspiradíssima e teve lampejos de genialidade — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

De fato, o Flamengo voltou ligadíssimo para a etapa final e ampliou com apenas 20 segundos de jogo, novamente com Bruno Henrique. Apesar de ainda estar devendo uma grande atuação desde que retornou de cirurgia, Arrascaeta deu a assistência para o terceiro, além de ter sofrido o pênalti no primeiro tempo.

Se o uruguaio, apesar de participativo, esteve aquém, o mesmo não aconteceu com seus companheiros de meio de campo. Everton Ribeiro participa de quase todas as jogadas de construção no ataque e, em parceria com Rafinha, sobra técnica no lado direito do ataque rubro-negro. Gerson é incansável, tem lampejos de genialidade e dita o ritmo do time. Quando ele vai bem, o Flamengo vai bem.

O gol de Matheus Vital, em bola defensável para Diego Alves, em nada mudou o panorama. Soberano, com mais de 70% de posse de bola, o Flamengo controlou o segundo tempo, ampliou com um belo gol de Vitinho e ainda poderia ter feito mais, em lances como a bicicleta de Bruno Henrique ou o chutaço de longe de Diego. Show em campo e na aquibancada, e contagem regressiva ativada.

Comentários no Facebook

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here